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PSICOMOTRICIDADE

PSICOMOTRICIDADE


                          

Definição de Psicomotricidade

A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. Assim, a psicomotricidade como ciência da educação procura educar o movimento, ao mesmo tempo em que envolve as funções da inteligência. Portanto, o intelecto se constrói a partir do exercício físico, que tem uma importância fundamental no desenvolvimento não só do corpo, mas também da mente e da emotividade. Sem o suporte psicomotor, o pensamento não poderá ter acesso aos símbolos e à abstração. É a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo e de suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afectivas e orgânicas. A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com a emoção e expressados pelo movimento, o que proporciona ao ser uma consciência de indivíduo integral.

 

Dificuldades de aprendizagem: a lateralidade cruzada!

 

Em algumas ocasiões a mão dominante (a direita) não coincide com o olho dominante (o esquerdo) de uma pessoa, o que pode provocar problemas de aprendizagem e de desenvolvimento, sobretudo no que diz respeito à escrita.

 

A lateralidade é uma função complexa que deriva da organização binária do nosso sistema nervoso. De facto, grande parte do nosso corpo articula-se de forma dupla: dois olhos, dois ouvidos, duas orelhas, dois pulmões, dois rins, etc. O nosso cérebro também dispõe de duas estruturas hemisféricas especializadas que são responsáveis por controlar todo o complexo sistema dual, integrando a diferente informação sensorial, orientando-nos no espaço e no tempo e, definitivamente, interpretando eficientemente o mundo que nos rodeia.

 

Normalmente diferenciam-se quatro tipos de preferência ou dominância:

 

- Dominância Manual: preferência ou maior facilidade para utilizar uma das mãos (direita ou esquerda) para executar acções como apanhar objectos ou escrever.

                  

 

- Dominância Pedal: indica-nos o pé dominante para efectuar acções como chutar uma bola, manter-se de pé apenas com uma perna, etc.

 

- Dominância Ocular: embora os dois olhos sejam necessários para configurar uma imagem correcta, há um que se prefere para olhar por um telescópio ou para apontar, trata-se do olho dominante.

 

- Dominância Auditiva: refere-se à preferência ou tendência de escutar mais por um ouvido que por outro, por exemplo, ao falarmos ao telefone.

 

Falamos de lateralidade homogénea quando a mão, o pé, o olho e o ouvido oferecem uma dominância no mesmo lado, quer seja no lado direito (destro) quer seja no lado esquerdo (esquerdino). Estamos perante uma lateralidade cruzada quando existe uma lateralidade distinta da manual para os pés, olhos ou ouvidos (por exemplo, mão direita dominante com domínio do olho esquerdo). Nestes casos também se fala de “assimetria funcional”.

 

A lateralidade cruzada mão-olho tem sido uma das mais estudadas e com frequência é sinónimo de problemas na aprendizagem, em especial nos processos de leitura e de escrita.

 

O que determina a lateralidade?

 

O facto de uma criança ser destra ou esquerdina depende de muitos factores, entre os quais se encontram a informação genética, a influência do ambiente familiar, a educação e a aprendizagem recebida.

 

Alguns estudos apontam que a possibilidade de se ter um filho esquerdino sendo os progenitores destros é de cerca de 9,5%, aumentando este número para 26% se ambos os pais forem esquerdinos.

 

Também está provada a influência de factores ambientais e sociais. Por exemplo, se desde pequena uma criança é orientada a escrever com a mão direita ou a apanhar objectos com esta mão, será provável que seja destra. Para além de que muitos objectos estão concebidos para serem manipulados por destros.

 

Problemas de aprendizagem

 

Embora nem todas as crianças que têm lateralidade cruzada apresentem problemas de aprendizagem, é certo que têm maiores probabilidade de padecerem de:

 

- Dificuldades de autonomização de leitura, de escrita ou de cálculo.

 

- Ler muito devagar e com pausas.

 

- Dificuldade de atenção. Hiperactividade.

 

- Problemas para organizar adequadamente o espaço e o tempo.

 

- Dificuldades na ordenação da informação codificada.

 

- Confusões direita-esquerda que dificultam a compreensão da dezena, centena.

 

- Confusão ente a soma e a subtracção ou entre a multiplicação e a divisão. Também entre sílabas directas e inversas.

 

- Desmotivação. Escasso ou nulo interesse em algumas actividades.

 

- Torpeza psicomotora. Confusão para situar-se à direita ou à esquerda a partir desse meio corporal.

 

- Melhor nível de compreensão das explicações verbais que das tarefas escritas.

 

- Preferência pelo cálculo mental que pelo escrito.

 

- Pode apresentar disgrafia, dislexia, discalculia e tende a expressar o contrário do que pensa.

 

- Escrever letras e números invertidos, como se estivessem reflectidos num espelho.

 

- Incapacidade para concentrar-se numa única tarefa durante um espaço de tempo determinado.

 

- Segundo o perfil da criança pode manifestar-se inibição, irritabilidade, desesperança, reacções desmedidas, baixa auto-estima, etc.

 

Como detectar?

 

Até que a criança não comece a escrever (por volta dos 5 anos) não se avalia o tipo de lateralidade que apresenta. Há que ter em conta que nestas idades a lateralidade ainda está em construção, pelo que a avaliação não será determinante.

 

O problema não é ser destro ou esquerdino, mas sim que as diferentes dominâncias estejam organizadas no mesmo lado, especialmente no que diz respeito à mão, olho e pé. Se for detectado na criança alguns dos problemas descritos em cima, será conveniente efectuar alguns exames para ver se a causa dos mesmos está na lateralidade cruzada.

 

 

Actividades para favorecer a sua aprendizagem

 

A intervenção para solucionar este problema é um tema muito controverso. Alguns psicólogos opinam que se deve começar desde que a criança seja muito pequena para evitar problemas posteriores na aprendizagem. Outros, pelo contrário, minimizam as consequências e defendem o desenvolvimento natural do processo limitando a intervenção para potenciar na criança as dominâncias estabelecidas.

 

Cada criança é diferente, pelo que deverá contar com a opinião de um psicólogo para determinar se é melhor levar a cabo uma terapia ou não.

 

A má lateralidade pode manifestar-se de diferentes formas, sendo a mais corrente a que pode dominar-se como cruz lateral simples na qual a criança utiliza habitualmente o seu olho dominante e escreve com a mão sub-dominante, ou seja é o caso de crianças destras de pé e mão mas com dominância no olho esquerdo ou vice-versa.

 

 

 

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