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HIPERATIVIDADE

HIPERATIVIDADE

                          A PHDA é o distúrbio do neurodesenvolvimento mais comum na infância. A prevalência do PHDA é de 3 a 7% das crianças em idade escolar. O início é precoce, geralmente antes dos 5 anos de idade. Ocorre mais em meninos que em meninas, em uma relação de 4:1, segundo alguns autores, mas observamos até 2:1. Os sintomas de hiperactividade estão mais presentes nos meninos e os de desatenção mais presentes em meninas. O PHDA não é restrito à infância. Em adultos, constitui o transtorno neuropsiquiátrico, não diagnosticado, mais frequente. Os sintomas de PHDA se modificam com a maturidade.

Segundo Lopes (2004), existem inúmeras controvérsias que se iniciam imediatamente pela própria designação e definição respectivo conceito, que se apresenta com diferentes explicações teóricas consoantes as várias denominações.

Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA), parece ser a expressão mais correcta, senão a mais aceite, utilizada pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), no seu Manual de Diagnostico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV-TR), publicado em 2002, o qual constitui referência internacional nesta área clínica. De acordo com este manual, a PHDA define-se por um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperactividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) Norte-Americano, há actualmente muitos poucos indícios que evidenciam que a PHDA possa ser causada simplesmente devido a factores sociais ou método de edução. As causas mais evidentes estão relacionadas com factores de ordem neurológica e genética, isto não refuta a influência dos factores ambientais na severidade da desordem, em especial no grau de desajuste e sofrimento que a criança mostra, mas tais factores, não parecem ser a causa para o aparecimento da desordem por si só (NIMH, 2005). Em relação a influência parental, uma constatação sustenta a sua irrelevância, a existências de diferentes estudos de eficácia farmacológica, nos quais se verifica uma melhoria do comportamento das crianças com PHDA em relação aos seus pais, e dos pais em relação aos seus filhos. Nesse sentido, os comportamentos disfuncionais parentais parece ser sobretudo uma reacção às dificuldades e não a causa das mesmas. Também é afastada a possibilidade de lesões cerebrais originadas por diferentes factores ambientais (traumas, consumo de substâncias durante a gravidez, exposição ao chumbo) colocando a questão da hereditariedade nesta perturbação. Estudos recentes com gémeos e famílias confirmam o papel da hereditariedade na explicação de cerca de 50 a 70% dos casos de PHDA (Lopes, 2004; Middleton, & Faraone, 2007). Na década de 90 do século XX desenvolveram estudos cujos resultados convergem para o facto de haver mecanismos neurológicos transmitido geneticamente que pode provocar a perturbação. Há estudos que correlacionam um grande nível de prevalência da PHDA entre familiares com esta perturbação (Lahey, Piecentini, et al, 1988, cit in, Lopes, 1988).

Desde a segunda metade da década de 80 que os estudos sobre a compreensão da etiologia da PHDA têm progredido em grande escala (BarKley, 2006). Neste percurso, têm sido evidenciadas várias explicações e anuladas tantas outras. Actualmente, as investigações parecem evidenciar o contributo de explicações biológicas, evidenciando-se uma forte componente genética e hereditária, sobretudo em formas de hiperactividade mais graves (BarKley, 2006; Willcutt et al., 2000).

De acordo com o mais recente versão da DSM-IV-TR (2002) há três tipos de características comportamentais que indicam a PHDA. O subtipo adequado deve indicar-se em função do padrão sintomático predominante nos últimos seis meses (DSM-IV-TR, 2002).

 

• Perturbação por défice de atenção com hiperactividade, tipo combinado: se satisfazer os critérios A1 e A2 durante 6 meses;

• Perturbação por défice de atenção com hiperactividade tendo como predomínio o défice de atenção, sendo satisfeitos os critérios A1 e A2 durante os últimos 6 meses. Este tipo geralmente apresenta um deficit na rapidez com que se processa a informação que está focada na atenção selectiva.

• Perturbação por défice de atenção com hiperactividade predominando o tipo hiperactivo/impulsivo: se são satisfeitos os critérios A2 mas não o critério A1 durante os últimos 6 meses. Este subtipo hiperactivo/impulsivo encontra-se fundamentalmente em idade pré-escolar.

 

As crianças com uma perturbação por deficit de atenção do tipo combinado (denominadas hiperactivas ou hiper cinéticas), são por definição as que apresentam uma problemática de maior complexidade. As suas manifestações afectam negativamente tanto o comportamento como a aprendizagem e ao longo do desenvolvimento, este subtipo associa-se a um risco maior a vir a experimentar dificuldades importantes em termos de ajuste pessoal e social.

 

 

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